sábado, 31 de janeiro de 2009
Words
Trouble

Trouble
Don't you see
That in your bed
I find no sleep
I confess you came because of me
Trouble get behind me now
Trouble let me be
Cold wet stone
Deep river bed
Once so clean and clear now runs red
You know to well
Was me that called you here
Trouble get behind me now
Trouble let me be
Oh sweet day
Leave me behind
I will never call on you
Until the day I die
Pray your mercy shine on me
Pray your mercy shine
Here I stand
Head bowed for thee
My empty heart begs you
Leave me be
But I confess
You know too well
That I have fallen
Pray your mercy give to me
Pray your mercy shine
Trouble ?????
Trouble thee
Let your mercy shine
Cold wet stone
River deep and red
Your cold heart beats inside my head
You know too well
It was me that brought you here
Ohhh trouble get behind me now
Trouble let me be
I pray your mercy shine on me
Trouble let me be
Dave Matthews – Trouble – Some Devil
Passamos como o rio

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos as mãos).
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.
Fernando Pessoa
Limites do Amor

Condenado estou a te amar
nos meus limites
até que exausta e mais querendo
um amor total, livre das cercas,
te despeça de mim, sofrida,
na direcção de outro amor
que pensas ser total e total será
nos seus limites da vida.
O amor não se mede
pela liberdade de se expor nas praças
e bares, em empecilho.
É claro que isto é bom e, às vezes,
sublime.
Mas se ama também de outra forma, incerta,
e este o mistério:
- ilimitado o amor às vezes se limita,
proibido é que o amor às vezes se liberta.
Affonso Romano de Sant'Anna
Urgente

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Soneto do amor total

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de Moraes
Si mis manos pudieran deshojar

Yo pronuncio tu nombre
En las noches oscuras
Cuando vienen los astros
A beber en la luna
Y duermen los ramajes
De las frondas ocultas.
Y yo me siento hueco
De pasión y de música.
Loco reloj que canta
Muertas horas antiguas.
Yo pronuncio tu nombre,
En esta noche oscura,
Y tu nombre me suena
Más lejano que nunca.
Más lejano que todas las estrellas
Y más doliente que la mansa lluvia.
¿Te querré como entonces
Alguna vez? ¿Qué culpa
Tiene mi corazón?
Si la niebla se esfuma
¿Qué otra pasión me espera?
¿Será tranquila y pura?
¡¡Si mis dedos pudieran
Deshojar a la luna!!
Federico García Lorca
Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e mal amar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal,
senão rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e
uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
A Arte das Palavras
Esta será provavelmente a primeira e última vez que escrevo neste local em nome próprio! A arte das palavras deixo-a para os hábeis poetas, ou para os dignos sábios que pisaram esta terra. Esta folha cor de sangue, coberta com uma lágrima cristalina como a verdade, nasceu fruto do amor, não o amor sôfrego da paixão, não o amor triste da solidão, nem sequer do amor romântico, escrito infinitas vezes nas páginas dos livros, mas um amor completo, livre, iluminado, com um pouco de todos os outros, mesmo aqueles que o ser humano ainda não contemplou. E este amor cresce dentro de mim, para ser vivido e partilhado!
Diz-se que o verdadeiro amor existe quando dois seres humanos partilham uma única alma. Poderá parecer fantasioso, mas creio que se assim for esta é uma boa fantasia, faz-nos acreditar que somos centelhas de luz que iluminam como fogo fátuo os seres que habitam este planeta, pode ser tão simples quanto isso, seres etéreos que passeiam-se pela via láctea aprendendo com as suas opções, crescendo com as suas existências, tentando conquistar a cada segundo um pouco mais de brilho, para que num dia longínquo tenham energia suficiente para viajar entre as estrelas. Por vezes nas suas deambulações até podem perder um pouco desse brilho, mas tal não será relevante, serviu para aprenderem, e isso é uma dádiva, tal como todos os pequenos, e irregulares passos que um recém nascido dá no inicio da sua existência, por vezes cai e chora, noutras irá cair e sorrir, até conseguir articular o seu passo, e aí irá certamente rir numa felicidade infinita.
O conceito de liberdade, por vezes pode ser sobrevalorizado ou até mesmo deturpado, eu tenho um muito próprio, diria até um pouco romântico, ser livre não é voar sozinho, mas sim voar connosco, amarmos-nos e àqueles que são nossos, não com um sentido de posse, mas no sentido de partilha, porque gostaríamos que voassem a nosso lado, para sentirem tal como nós a fresca e pura brisa no rosto, para podermos olharmos-nos nos olhos, darmos as mãos e sentirmos-nos verdadeiramente felizes, pois aqueles que amamos estão felizes como nós. Pairar sobre grandes planaltos e encontrar uma fonte no final de um arco-íris, e pudermos mostrar-lhes como é fresca a água, pudermos segui-los quando se aventuram por paisagens que ainda desconhecemos. Liberdade não pode ser o oposto de partilha, e esta quando existe amor verdadeiro nunca será posse, tal como um filho nunca será propriedade dos seus pais, estes estão perto porque o amam, porque querem mostrar-lhe o magnifico mundo que o rodeia, da mesma forma que este mostra-lhes o seu paraíso visto com a inocência própria das crianças, e assim todos partilham a beleza e a liberdade de uma forma até antes desconhecida de todos.
Liberdade: Estar deitado numa escarpa, ao nascer do Sol, sentir os pequenos salpicos salgados nos lábios que voam desde a rebentação do majestoso oceano contra as rochas, olhar em em volta, com os olhos semi-cerrados e ver uma andorinha a aventurar-se para fora do seu ninho, construído numa fresta nas rochas esculpidas pelo vento e pelo mar, a olhar-nos com curiosidade, levantar-me, levantar os pés do chão e voar, como se o tempo ficasse suspenso, em direcção ás sombras prateadas daquele mar, olhar em volta e lembrar quanto deliciosas são as bagas transparentes do pequeno arbusto que cresce naquela aresta, esticar as mãos e quase conseguir tocar-lhe, mas mesmo assim sentir a entrar pelas narinas o seu odor tão fresco, que aquele frágil arbusto e os seus frutos emanam, furar o mar e sentir cada célula a pressão, a temperatura e a suavidade do profundo oceano tocar-me na alma, deixar-me levar livre para o fundo, para descobrir os seus tesouros, os seres aquáticos que olham para nós da mesma forma que a andorinha o fez, peixes a beijarem-nos as mãos, aceitando-nos no seu reino, dançar ao ritmo de gigantes e esbeltas algas, tocar nos redondos grãos de areia que dormem no fundo, ver os primeiros raios de luz daquele dia a encantar este mundo misterioso, dar a mão aos espíritos daquele lugar e passear-me, suspenso na existência e por fim subir à superfície, como quando despertamos de um bom sonho, sentir o calor do Sol no rosto, o sal a quebrar-se na pele, a água a escorrer pelo corpo e sorrir para o pequeno pássaro que ficou à porta do seu ninho, da mesma forma que este sorri para mim, sorrindo para a vida.
Estas são as minhas palavras toscas e desarticuladas, relegando aos artistas e sábios a arte de trazerem os sentimentos e sensações infinitas na forma de escritos, pinturas, musicas ou apenas deambulações sobre a vida a mortais como nós, pois para mim guardo, se tal for permitido, o papel menor de aprender em cada dia da minha existência.
Diz-se que o verdadeiro amor existe quando dois seres humanos partilham uma única alma. Poderá parecer fantasioso, mas creio que se assim for esta é uma boa fantasia, faz-nos acreditar que somos centelhas de luz que iluminam como fogo fátuo os seres que habitam este planeta, pode ser tão simples quanto isso, seres etéreos que passeiam-se pela via láctea aprendendo com as suas opções, crescendo com as suas existências, tentando conquistar a cada segundo um pouco mais de brilho, para que num dia longínquo tenham energia suficiente para viajar entre as estrelas. Por vezes nas suas deambulações até podem perder um pouco desse brilho, mas tal não será relevante, serviu para aprenderem, e isso é uma dádiva, tal como todos os pequenos, e irregulares passos que um recém nascido dá no inicio da sua existência, por vezes cai e chora, noutras irá cair e sorrir, até conseguir articular o seu passo, e aí irá certamente rir numa felicidade infinita.
O conceito de liberdade, por vezes pode ser sobrevalorizado ou até mesmo deturpado, eu tenho um muito próprio, diria até um pouco romântico, ser livre não é voar sozinho, mas sim voar connosco, amarmos-nos e àqueles que são nossos, não com um sentido de posse, mas no sentido de partilha, porque gostaríamos que voassem a nosso lado, para sentirem tal como nós a fresca e pura brisa no rosto, para podermos olharmos-nos nos olhos, darmos as mãos e sentirmos-nos verdadeiramente felizes, pois aqueles que amamos estão felizes como nós. Pairar sobre grandes planaltos e encontrar uma fonte no final de um arco-íris, e pudermos mostrar-lhes como é fresca a água, pudermos segui-los quando se aventuram por paisagens que ainda desconhecemos. Liberdade não pode ser o oposto de partilha, e esta quando existe amor verdadeiro nunca será posse, tal como um filho nunca será propriedade dos seus pais, estes estão perto porque o amam, porque querem mostrar-lhe o magnifico mundo que o rodeia, da mesma forma que este mostra-lhes o seu paraíso visto com a inocência própria das crianças, e assim todos partilham a beleza e a liberdade de uma forma até antes desconhecida de todos.
Liberdade: Estar deitado numa escarpa, ao nascer do Sol, sentir os pequenos salpicos salgados nos lábios que voam desde a rebentação do majestoso oceano contra as rochas, olhar em em volta, com os olhos semi-cerrados e ver uma andorinha a aventurar-se para fora do seu ninho, construído numa fresta nas rochas esculpidas pelo vento e pelo mar, a olhar-nos com curiosidade, levantar-me, levantar os pés do chão e voar, como se o tempo ficasse suspenso, em direcção ás sombras prateadas daquele mar, olhar em volta e lembrar quanto deliciosas são as bagas transparentes do pequeno arbusto que cresce naquela aresta, esticar as mãos e quase conseguir tocar-lhe, mas mesmo assim sentir a entrar pelas narinas o seu odor tão fresco, que aquele frágil arbusto e os seus frutos emanam, furar o mar e sentir cada célula a pressão, a temperatura e a suavidade do profundo oceano tocar-me na alma, deixar-me levar livre para o fundo, para descobrir os seus tesouros, os seres aquáticos que olham para nós da mesma forma que a andorinha o fez, peixes a beijarem-nos as mãos, aceitando-nos no seu reino, dançar ao ritmo de gigantes e esbeltas algas, tocar nos redondos grãos de areia que dormem no fundo, ver os primeiros raios de luz daquele dia a encantar este mundo misterioso, dar a mão aos espíritos daquele lugar e passear-me, suspenso na existência e por fim subir à superfície, como quando despertamos de um bom sonho, sentir o calor do Sol no rosto, o sal a quebrar-se na pele, a água a escorrer pelo corpo e sorrir para o pequeno pássaro que ficou à porta do seu ninho, da mesma forma que este sorri para mim, sorrindo para a vida.
Estas são as minhas palavras toscas e desarticuladas, relegando aos artistas e sábios a arte de trazerem os sentimentos e sensações infinitas na forma de escritos, pinturas, musicas ou apenas deambulações sobre a vida a mortais como nós, pois para mim guardo, se tal for permitido, o papel menor de aprender em cada dia da minha existência.
sábado, 24 de janeiro de 2009
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
domingo, 18 de janeiro de 2009
Doubt
Drão

Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar n'algum lugar
Ressucitar no chão nossa semeadura
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Nossa caminha dura
Dura caminhada, pela estrada escura
Drão não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Entende-se infinito, imenso monolito
Nossa arquitetura
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Nossa caminha dura, cama de tatame
Pela vida afora
Drão os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há
De haver mais compaixão
Quem poderá fazer, aquele amor morrer
Se o amor é como um grão
Morre nasce trigo
Vive morre pão
Drão, Drão
Gilberto Gil
Pop Song

Behind the iron gates
The shifts were workes in silence
Each weekend beckoned like Ulysses's sirens
And as the words were few
We'd listen to the radio
It was loud, and irritated me so
I'll tell you I love you
Like my favourite pop song
These promises won't keep
Though every road begins and ends with you
The fall still hurts, the bruise still blue
I'll paint you pictures of bright tomorrows
But the money goes and the time goes to
I'll tell you I love you
"Like the stars above you"
Like my favourite pop song
Wild, unwise, trivialised, untrue
We squander these gifts
Like another sunday supplement
Theres just so much cash in the hands of the government
I'll tell you I love you
Like my favourite pop song
David Sylvian
Alone
sábado, 17 de janeiro de 2009
The road not taken

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I--
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.
Robert Frost
O Amor
O amor, quando se revela, não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela, mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente. Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse, se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa
Blue Bird

there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say, stay in there, I'm not going
to let anybody see
you.
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I pur whiskey on him and inhale
cigarette smoke
and the whores and the bartenders
and the grocery clerks
never know that
he's
in there.
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say,
stay down, do you want to mess
me up?
you want to screw up the
works?
you want to blow my book sales in
Europe?
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too clever, I only let him out
at night sometimes
when everybody's asleep.
I say, I know that you're there,
so don't be
sad.
then I put him back,
but he's singing a little
in there, I haven't quite let him
die
and we sleep together like
that
with our
secret pact
and it's nice enough to
make a man
weep, but I don't
weep, do
you?
Charles Bukowski
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Eu não existo sem você

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
Vinícius de Moraes
Well, I Have Lost You

Well, I have lost you; and I lost you fairly;
In my own way, and with my full consent.
Say what you will, kings in a tumbrel rarely
Went to their deaths more proud than this one went.
Some nights of apprehension and hot weeping
I will confess; but that's permitted me;
Day dried my eyes; I was not one for keeping
Rubbed in a cage a wing that would be free.
If I had loved you less or played you slyly
I might have held you for a summer more,
But at the cost of words I value highly,
And no such summer as the one before.
Should I outlive this anguish—and men do—
I shall have only good to say of you.
Edna St. Vincent Millay
Suave

Piedra rodante, de agua o cordillera,
hija redonda del volcán, paloma
de la nieve,
descendiendo hacia el mar dejó la forma
su cólera perdida en los caminos,
el peñasco perdió su puntiaguda
señal morral, entonces
como un huevo del cielo entró en el río,
siguió rodando entre las otras piedras
olvidado de su progenitura,
lejos del infernal desprendimiento.
Así, suave de cielo, llega al mar
perfecta, derrotada,
reconcentrada, insigne,
la pureza.
Pablo Neruda, excerto de "Las piedras del cielo"
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Desaparecer?
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
White Nights

No one here,
and the body says: whatever is said
is not to be said. But no one
is a body as well, and what the body says
is heard by no one
but you.
Snowfall and night. The repetition
of a murder
among the trees. The pen
moves across the earth: it no longer knows
what will happen, and the hand that holds it
has disappeared.
Nevertheless, it writes.
It writes: in the beginning,
among the trees, a body came walking
from the night. It writes:
the body's whiteness
is the color of earth. It is earth,
and the earth writes: everything
is the color of silence.
I am no longer here. I have never said
what you say
I have said. And yet, the body is a place
where nothing dies. And each night,
from the silence of the trees, you know
that my voice
comes walking toward you.
Paul Auster - Disappearences
Every Grain Of Sand

In the time of my confession, in the hour of my deepest need
When the pool of tears beneath my feet flood every newborn seed
There's a dyin' voice within me reaching out somewhere,
Toiling in the danger and in the morals of despair.
Don't have the inclination to look back on any mistake,
Like Cain, I now behold this chain of events that I must break.
In the fury of the moment I can see the Master's hand
In every leaf that trembles, in every grain of sand.
Oh, the flowers of indulgence and the weeds of yesteryear,
Like criminals, they have choked the breath of conscience and good cheer.
The sun beat down upon the steps of time to light the way
To ease the pain of idleness and the memory of decay.
I gaze into the doorway of temptation's angry flame
And every time I pass that way I always hear my name.
Then onward in my journey I come to understand
That every hair is numbered like every grain of sand.
I have gone from rags to riches in the sorrow of the night
In the violence of a summer's dream, in the chill of a wintry light,
In the bitter dance of loneliness fading into space,
In the broken mirror of innocence on each forgotten face.
I hear the ancient footsteps like the motion of the sea
Sometimes I turn, there's someone there, other times it's only me.
I am hanging in the balance of the reality of man
Like every sparrow falling, like every grain of sand.
Bob Dylan
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Subscrever:
Comentários (Atom)











